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36º Odisseias Literárias debate envelhecimento à luz da obra “Humanos Exemplares” (2)

Foto em plano médio, tirada no interior de uma biblioteca.  Duas mulheres estão sentadas em um sofá de couro preto, de frente para a câmera.  A mulher da esquerda é sênior, de cabelos grisalhos, soltos e lisos, e pele clara. Ela veste uma blusa preta, por cima de uma saia longa em tom bege claro. Usa um colar com um pingente oval grande e escuro. Ela está olhando diretamente para a câmera e sorrindo.  A mulher da direita é loira, de cabelos curtos na altura dos ombros, e pele clara. Ela veste um terninho azul-cobalto, sem mangas, e uma blusa preta por baixo. Ela está segurando alguns papéis em suas mãos e sorri olhando para a mulher à esquerda.  No centro da cena, há uma mesa de centro redonda e baixa, de madeira clara. Sobre ela, repousam: um vaso de vidro transparente com um arranjo de flores em tons de lilás e rosa claro; um copo com água; um livro de capa dura com o título "Humanos Exemplares", de Juliana Leite; um pequeno caderno e uma caneta.  Ao fundo, é possível ver várias prateleiras brancas repletas de livros, com as lombadas voltadas para a frente, típicas de um acervo.  O ambiente é bem iluminado e sugere um momento de bate-papo literário dentro da biblioteca.

Na última quarta-feira, 1º de outubro, Dia do Idoso no Brasil, o Projeto Odisseias Literárias do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-CE) recebeu a jornalista e estudante de psicologia Regina Ribeiro para debater e despertar uma reflexão aprofundada sobre o envelhecimento. O evento, realizado na Biblioteca do Tribunal, teve como base o romance “Humanos Exemplares”, de Juliana Leite. Esse encontro, aberto ao público, alinhou-se ao Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade.

Confira as fotos do evento clicando aqui.

A mediação ficou a cargo da bibliotecária Rejane Albuquerque, que também é coordenadora do Projeto Odisseias Literárias. Rejane enfatizou a importância do debate sobre a terceira idade, destacando que o idoso, na nossa sociedade, é muitas vezes invisibilizado, tratado com descaso, e que esse é um tema de grande relevância que necessita de mais atenção. A convidada Regina Ribeiro, por sua vez, analisou o caráter inovador de “Humanos Exemplares”, notando como a obra subverte a representação tradicionalmente negativa da mulher idosa na literatura: "Normalmente, autores homens idolatram a juventude feminina, enquanto a velhice feminina é sempre tratada como perda, decadência." Ela enfatizou a importância de a autora Juliana Leite dar voz à protagonista centenária, Natália, que narra sua vida com autonomia, desafiando a visão da velhice feminina. “Ela não é reduzida a um corpo que perdeu sua função; continua pensando, lembrando, vivendo”, concluiu Regina.

Ao longo do evento, Regina Ribeiro e Rejane Albuquerque teceram reflexões sobre a jornada de Natália, destacando que os idosos são indivíduos ativos, capazes de ressignificar suas memórias e encarar a finitude com dignidade. Regina pontuou que a memória, para Natália, é uma forma de mantê-la viva: "Ela ressignifica a memória, convive com ela e continua vivendo de forma autônoma, mesmo diante da morte do marido”. Complementando, Rejane ponderou: “Falar do envelhecer é também pensar na finitude. É aprender que o fim vai chegar, e é possível lidar com isso de forma consciente, sem pânico, construindo sentido para a própria vida. O envelhecer é um processo que nos oferece a oportunidade de revisitar nosso próprio eu, refletir sobre a essência, sobre o que é importante e sobre como queremos viver o tempo que nos resta.”

A 36ª edição do Odisseias Literárias pautou a velhice como uma fase de continuidade e aprendizado, na qual memória, experiência e autonomia se entrelaçam para conferir sentido e significado à vida. Ao discutir a trajetória de Natália, Regina Ribeiro e Rejane Albuquerque evidenciaram o idoso como um sujeito ativo, capaz de ressignificar memórias e enfrentar a finitude com dignidade.

O evento proporcionou ao público uma reflexão valiosa: viver plenamente não tem idade, e a literatura emerge como uma ponte para a empatia, o autoconhecimento e a compreensão do outro.