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Shows de hip-hop marcam o encerramento do projeto “Partiu Aula” no TRT-CE

Uma vista aérea de um grande grupo de pessoas reunidas em um pátio externo de mármore e grama. A maioria das pessoas veste camisetas brancas ou a camisa polo com listras verdes e amarelas. Um homem no centro está dançando (provavelmente fazendo um movimento de breakdance), com os braços abertos e boné. Quatro grandes colunas brancas verticais emolduram a cena, com o público espalhado ao redor e nas áreas verdes.
O rapper Rafa Rafuagi (ao centro) comandou o evento de encerramento do projeto Partiu Aula

O Tribunal Superior do Trabalho (TST), em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT-CE), encerrou com sucesso a fase de culminância do projeto sociocultural e educativo “Partiu Aula TST”, uma iniciativa que utiliza a cultura hip-hop como ferramenta estratégica para a erradicação do trabalho infantil e a promoção da aprendizagem. O evento, ocorrido na tarde desta sexta-feira (5/12), nos jardins da casa sede do TRT-CE, reuniu cerca de 400 jovens de escolas públicas e unidades socioeducativas de Caucaia e Canindezinho, no Ceará, além de autoridades da Justiça do Trabalho, que destacaram o estudo e a capacitação como o caminho essencial para mudar a realidade de vulnerabilidade.

Uma grande audiência de jovens, muitos vestindo a mesma camisa polo branca com listras verdes e amarelas, está sentada em cadeiras brancas ao ar livre. Eles estão em frente a um grande prédio branco com colunas e varandas. No canto esquerdo, ao lado do prédio, algumas pessoas, incluindo um homem de boné preto, estão de pé. A cena é em um gramado cercado por árvores altas e palmeiras, sob um céu claro.
Os jovens assistiram a diversas apresentações de hip hop nos jardins da casa sede do TRT-CE

O Partiu Aula tem como propósito fomentar o combate ao trabalho infantil e incentivar o trabalho decente. Por meio de uma linguagem acessível e dinâmica, a iniciativa alcançou as comunidades com uma série de talk shows, oficinas criativas e as aclamadas batalhas de rima, disseminando direitos humanos, fortalecendo a cultura de paz e estimulando a reflexão sobre o futuro profissional dos participantes.

O rapper Rafa Rafuagi, que realizou as dinâmicas em cerca de 10 escolas cearenses durante a semana, também agitou a festa de encerramento do projeto, cantando raps e interagindo com a público presente, incentivando a participação dos jovens com rimas e também com perguntas sobre trabalho infantil.

Um homem de terno preto sobre uma camiseta branca está em pé atrás de um púlpito de acrílico transparente, falando em um microfone. Ele tem cabelo escuro e usa óculos. À sua direita, uma mulher branca sorri, vestindo um blazer branco e calças sociais azuis claras. O púlpito exibe o brasão da República e o texto "PODER JUDICIÁRIO FEDERAL" e "TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO".
Ministro Alberto Balazeiro e desembargadora Fernanda Uchôa

Resultados do projeto

A desembargadora Fernanda Uchôa, presidente do TRT-CE, deu as boas-vindas à celebração, marcando a união entre justiça, educação, cultura e juventude. Segundo a magistrada, o projeto ultrapassa o espaço institucional para alcançar "vidas, territórios e sonhos". Ela ressaltou o objetivo transformador de aproximar a Justiça do Trabalho da comunidade, especialmente dos jovens, por meio de uma linguagem conectada à realidade local.

O ministro do TST Alberto Bastos Balazeiro, gestor nacional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil , reforçou a visão institucional ao afirmar que a iniciativa visa oferecer aos jovens um "horizonte de oportunidades". Ele insistiu que “a aprendizagem é o que dá oportunidade, o caminho".

Três homens sorriem em frente à entrada decorada de um prédio branco. O da esquerda, moreno e de boné, veste uma camiseta preta estampada e calça jeans, segurando um microfone na mão. O do centro, um jovem em uma camisa polo branca com listras verdes e amarelas, segura um certificado. À direita, um homem branco de terno preto e gravata azul posa ao lado do jovem. Atrás, outras pessoas, incluindo uma mulher em polo branca.
O rapper Rafa Rafuagi e o desembargador Durval Maia entregam certificado a um dos jovens ganhadores da batalha de rimas

Em entrevista, o ministro destacou que “a Justiça de 2025 não pode ser mais uma Justiça parada, aguardando que a demanda chegue. É uma Justiça que deve ir aonde as pessoas estão, onde os problemas estão". Ele defendeu o uso de uma linguagem de comunicação que os jovens conhecem, como o hip-hop, para que a mensagem chegue com eficácia.

O gestor regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT-CE, desembargador Durval Maia, enfatizou a importância da ação no enfrentamento ao trabalho infantil, classificando-o como uma "chaga tão grande". Ele explicou que “o trabalho precoce fortalece o ciclo da pobreza, afastando a criança da brincadeira e da capacitação necessária para competir em um mercado de trabalho moderno”.

m close-up de uma jovem de pele morena clara falando em um microfone preto, segurando-o com a mão. Ela tem cabelo escuro na altura dos ombros e veste a camisa polo branca com listras verdes e amarelas no colarinho e ombro. Ao seu lado, outra jovem está com a cabeça baixa. A imagem foca no rosto da oradora em primeiro plano, com outras pessoas desfocadas ao fundo.
Ana Sofia participou das dinâmicas e tirou suas dúvidas sobre combate ao trabalho infantil

Para além das discussões, o projeto entregou resultados práticos, como a doação de dez computadores para cada uma das escolas participantes e um carregamento de 2.600 livros, visando incrementar o parque tecnológico e garantir estudo com dignidade e conforto. A mobilização incluiu, ainda, uma audiência pública bem-sucedida na Câmara Municipal de Caucaia, onde entidades da rede de proteção puderam manifestar suas preocupações e apresentar sugestões de soluções.

Participação dos jovens

O engajamento dos alunos foi notado durante todo o evento. Os alunos vencedores das batalhas de rimas foram chamados ao palco para receberem certificados. Jovens do Canindezinho também tiveram espaço para entoarem seus próprios versos de rap. O público vibrou com a apresentação autoral, demonstrando o talento e o potencial catalisador do projeto.

Apresentações de rap e hip hop também foram feitas pelos grupos CGC, da Aldeia Hip Hop de Caucaia, e Ceará Rappers, em um show que também contou com dança. 

O professor Manoel Marcondes, da EEMTI Vicente Arruda, relatou que “o testemunho do rapper Rafa mexeu demais com os alunos, ao permitir que vissem uma realidade igual à deles sendo transformadas. A história de Rafa, que abordou as vezes em que precisou sair de casa devido à violência, gerou grande identificação e esperança entre os estudantes”.

Essa conexão foi confirmada pela estudante Ana Sofia Silva Afonso. Ela descreveu a sociedade como "muito perdida" e disse que muitos jovens desistem da escola por questões financeiras ou de alimentação. Para ela, “o projeto, ao usar o ritmo e a cultura do hip hop, consegue acesso aos jovens e tem o poder de mudar a cabeça de crianças e jovens de forma radical".

A desembargadora Fernanda Uchôa concluiu que o encontro não é um encerramento, mas a consolidação de um compromisso coletivo, “garantindo que a juventude encontre oportunidades, acolhimento e caminhos de dignidade". O desembargador Durval Maia reforçou a mensagem, indicando que a culminância é apenas um "pontapé para que outras ações venham para combater o trabalho infantil".

Entre as autoridades presentes no evento de encerramento do projeto “Partiu Aula” estavam: os desembargadores do TRT-CE João Carlos de Oliveira Uchoa, corregedor-regional, e Paulo Régis Botelho, diretor da Escola Judicial; as juízas do trabalho auxiliares da Presidência do TST Izabela Pinto e Eliana Nogueira; a defensora pública Yelena Galindo, representando a Defensoria Pública do Ceará; Fabiana Pimenta, assessora especial do Sistema de Atendimento Socioeducativo do Ceará; Antônio de Oliveira Lima, procurador do trabalho coordenador da Rede Peteca; a procuradora Christiane Nogueira, representando o Ministério Público do Trabalho no Ceará; Francivaldo Lemos, secretário-geral adjunto da OAB-CE; e os juízes do trabalho Hermano Queiroz, Rafael Xerez, Célio Timbó e Vladimir de Castro. 

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