logotipo responsivo da Justiça do Trabalho
  • Selo 100% PJe
  • Selo Prata CNJ
  • Selo Prata CNJ Ano 2022
  • Selo Prata CNJ Ano 2023
  • Instagram
  • SoundCloud
  • Youtube
  • Facebook
  • Twitter
  • Flicker
Política de Cookies

O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT7) utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no portal implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais do TRT7.

Justiça do Trabalho reúne mais de 1.500 trabalhadores em ato pelo trabalho seguro

Ao assistir ao Ato Público pelo Trabalho Seguro realizado nesta sexta-feira (17/8) nas obras do Estádio Plácido Castelo (Castelão), o operário Francisco de Assis teve uma manhã inusitada e saudosa. Ficou surpreso por ver pela primeira vez, em mais de 50 anos de idade, autoridades e personalidades reunidas em um canteiro de obras para orientar trabalhadores sobre saúde e segurança no trabalho. A lembrança, amarga, foi a recordação de um colega de trabalho morto enquanto trabalhava nas obras do açude Castanhão, no município de Jaguaribara.

O operário Francisco de Assis foi um dos mais de 1.500 operários que participaram de ato público promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), Tribunal Regional do Trabalho do Ceará (TRT/CE) e outras 25 instituições públicas e privadas. Eles assistiram a vídeos informativos, receberam cartilhas e acompanharam os discursos de autoridades e personalidades sobre como evitar acidentes de trabalho e cuidar da saúde.

“Quando a prevenção falha, os acidentes ocorrem. Quase todos os acidentes de trabalho são preveníveis”, destacou, durante o evento, o presidente do TST, ministro João Oreste Dalazen. Ele também lembrou que a falta de informação e o excesso de confiança estão entre as causas mais comuns de acidentes nos espaços de trabalho.

Foi justamente o excesso de confiança que fez com que o colega do operário Francisco de Assis perdesse a vida nas obras do açude Castanhão. O trabalhador decidiu fazer a manutenção de uma máquina utilizada para triturar pedras. Como era apenas uma tarefa rápida, não ativou a trava de segurança e acabou se acidentando.

“Aqui no Castelão um trabalhador ajuda o outro. Quando é preciso afivelar um cinto, ou vestir algum equipamento de segurança mais difícil, sempre tem alguém para ajudar ou chamar a atenção se for preciso”, afirmou Assis. Para ele, a solidariedade e responsabilidade são as principais aliadas da informação para prevenir acidentes.

De acordo com dados do Ministério da Previdência Social, os acidentes cresceram 103% no Ceará entre 2006 e 2010. Foram 5.965 acidentes de trabalho em 2006 e 12.135 em 2010. No Brasil, 720 mil trabalhadores ficaram feridos em 2010 e outros 2.712 morreram em decorrência de acidentes de trabalho. Desses, 68 no Ceará.

Durante o ato público, os trabalhadores do Castelão puderam cantar com Raimundo Fagner e rir com o humorista Lailtinho Brega. O cantor cearense interpretou o hino Nacional e cantou dois sucessos: Borbulhas de Amor e No Ceará é Assim. Também alertou para a grande quantidade de famílias que perdem entes no trabalho por descuidos com a saúde e prevenção: quase dez trabalhadores morrem a cada dia de trabalho no Brasil.

Um dos destaques da cerimônia foi a presença do ex-jogador da seleção brasileira Careca. Titular do Brasil nas Copas de 1986 e 1990, ele contou como se prevenia dos acidentes dentro dos campos de futebol, seu local de trabalho. “Em 1977 costumávamos jogar sem caneleira, ainda não era um equipamento muito utilizado. Foi então que decidi comprar a minha primeira e nunca mais deixei de usar”, explicou.

Um dos fatos lembrados pelo governador Cid Gomes durante o ato público foi o fato de que as obras do Castelão não registraram nenhum acidente grave ou fatal. “Somos exemplo para todo o Brasil. Vamos continuar atentos para que daqui a três meses possamos terminar as obras do Castelão sem que nenhuma família cearense lamente a perda de um trabalhador”, afirmou.