Seminário de Valorização do Trabalho Médico é realizado no TRT-7
- Página atualizada em 07/12/2023
O Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7) promoveu o 1º Seminário de Valorização do Trabalho Médico, no dia 6 de dezembro, na sala de aula da Escola Judicial, sede do órgão, com transmissão ao vivo pelo Youtube. O intuito foi aprofundar e analisar a nova realidade vivida pela categoria médica, contribuindo para a construção de políticas públicas mais eficazes na área da saúde. Além das palestras de diversos profissionais, o evento homenageou a psiquiatra Iraci Ribeiro e o mastologista Luiz Porto. Assista ao seminário na íntegra:
O desembargador do TRT-7 Francisco José Gomes, membro da Comissão Cearense para Erradicação do Trabalho Escravo, destacou a ocorrência de proletarização da classe médica. “A medicina tem se tornado um produto, gerando a exploração exacerbada dos médicos e enfermeiros, com trabalho em excesso e remuneração baixa, parecida ao trabalho escravo, então o Tribunal entra com seu papel de luta contra a exploração trabalhista”, explica o magistrado.
A médica psiquiatra Francinete Giffoni, uma das coordenadoras do evento, esclareceu sobre o resgate do papel do médico na sociedade. “A classe médica precisa se organizar na luta por melhores condições de trabalho e da dignidade do profissional. A relação com o paciente é o início dessa jornada, então é preciso fazer novamente essa aliança com a população, com as instituições e com a gestão governamental”, evidenciou a doutora.
O advogado Ricardo Madeiro, presidente da Comissão de Saúde da OAB-CE, relacionou a qualidade do atendimento com a saúde mental dos profissionais. “Quando se fala em prestação de serviço médico, tem que se falar nas condições de trabalho desse profissional. O excesso de trabalho e a sobrecarga de atendimento nas unidades de saúde extrapolam os limites da tolerância física dos médicos, que são obrigados a serem submetidos a condições totalmente adversas a um bom desenvolvimento do trabalho”, apontou.
A médica do TRT-7 Cristianne Alexandre apreciou a discussão a respeito do tema, que considera não ser comumente abordado. “A história da medicina se confunde com o sacerdócio, então o termo trabalho médico não é discutido, como se a profissão não fosse um trabalho. Um profissional que na maior parte das vezes labora sem direitos trabalhistas, a profissão é praticamente dominada pela pejotização. Então momentos como este são extremamente válidos para debater esses conceitos que parecem simples, mas quando se fala da profissão médica, não é”, conclui a servidora.
Questões como ética médica, o juramento de hipócrates, percepção de risco no ambiente laboral, judicialização da medicina, dentre outros, foram abordados no Seminário. O evento contou com a colaboração da Associação Médica Cearense (AMC), Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), Sindicato dos Médicos do Ceará e Comissão de Saúde OAB/CE.