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Pesquisador uruguaio alerta para risco de valorização da máquina frente à ação humana

Mario Arigon é professor da Universidade da República do Uruguai
Mario Arigon é professor da Universidade da República do Uruguai

As novas tecnologias impõem ao mundo do trabalho desafios sobretudo quanto à questão social. Um deles é o risco de valorização das máquinas em detrimento do trabalho humano. A análise foi feita pelo professor da Universidade da República do Uruguai, Mario Garmendia Arigon, durante sua participação no 2º dia do Congresso Internacional Os Impactos das Novas Tecnologias no Mundo do Trabalho, em Fortaleza, no dia 23 de novembro.

Ele apontou, ainda, os riscos de precarização do trabalho, redução salarial, aumento da desigualdade, isolamento dos trabalhadores, violação à privacidade e à proteção de dados, paralelos à crise de capacidade regulatória dos Estados e à importância da internacionalização. 

Garmendia ressaltou que a proteção de salário e descanso são formas de tutela à vida e de demonstrar que trabalho não é mercadoria. Ele também enfatizou ser indiscutível que o desenvolvimento das tecnologias digitais “sem precedentes” provocou impactos “na sociedade em que vivemos e trabalhamos”, mencionando a automação e a robótica, a utilização de drones na agricultura e a realização de cirurgias por robôs. O palestrante mencionou o jurista italiano Francesco Carnelutti, para quem a missão do direito é impor a ética na economia. 

O desembargador aposentado do TRT-3 (MG), José Eduardo de Resende (Pepe) Chaves, que presidiu a mesa da palestra, acrescentou que não é recomendável se colocar de forma obscurantista contra a automação, pois ela é bem-vinda em várias atividades insalubres e repetitivas, e validou as preocupações apresentadas pelo professor uruguaio.

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