Produção de soluções tecnológicas diferencia Judiciário brasileiro, diz secretário do CSJT
- Página atualizada em 27/11/2023
“O Judiciário não é mais refratário à tecnologia. O processo digital já é realidade. E diferentemente de outros setores e até mesmo do Judiciário de outros países, optamos por sermos produtores de nossas soluções tecnológicas. Somos parte da produção de tecnologia”. A declaração partiu, na quinta-feira (23/11), do secretário-geral do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), juiz Bráulio Gabriel Gusmão, durante sua participação no Congresso Internacional Os Impactos das Novas Tecnologias no Mundo do Trabalho, promovido em Fortaleza, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7), por meio de sua Escola Judicial (Ejud7).
O magistrado enfatizou, ao tratar do tema “Transformação digital no sistema de Justiça: desafios e oportunidades, a necessidade de alinhamento estratégico: “Muitas vezes, temos soluções tecnológicas que são brilhantes, mas que não fazem sentido para as necessidades da Instituição”, justifica. Ele ressaltou o fato de que a cultura organizacional tem se mostrado aberta ao uso de dados e à inovação e explicou que os dados “são insumos básicos para se tomar decisões e extrair valores”.
Gusmão acrescentou que é preciso ter habilidade para extrair, analisar e comunicar dados. “A ciência de dados é a ciência de saber lidar com eles. Todo nosso trabalho é digital. Se não soubermos olhar isso, teremos dificuldade de avançar”, advertiu. Ele frisou, ainda, que a automação pode ajudar muito nessa transformação digital, “usando ou não inteligência artificial (IA), para a melhoria, sobretudo quanto aos trabalhos repetitivos”.
O secretário-geral do CSJT afirmou que inovação tem a ver com a capacidade de solucionar com respostas viáveis e alegou que o Judiciário já utiliza muito IA, seja no atendimento ao cidadão ou na criação de texto, para aumentar sua eficiência e reduzir o tempo de atendimento, mas alertou ser preciso observar princípios que regem o uso da IA, por envolver aspectos sociais, tecnológicos, econômicos e éticos, de modo a evitar, por exemplo, vieses discriminatórios.
Ele também advertiu para a política de segurança de informação contra ataques de hackers, o que pressupõe nível de investimento alto. “É preciso ter um ‘plano de voo’ e estratégia”, destacou.
A palestra do secretário-geral do CSJT teve como presidente de mesa a juíza Luciana Paula Conforti, presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra).