Congresso Internacional promovido pelo TRT-7 debate novas tecnologias no mundo do trabalho
- Página atualizada em 27/11/2023
Os avanços tecnológicos estão modificando as relações trabalhistas com possibilidade de máquinas tomarem decisões e realizarem tarefas que antes só poderiam ser realizadas por humanos. Nesse contexto de algoritmos e automação, surgem desafios sem precedentes relacionados aos direitos dos trabalhadores. Atento a esse cenário desafiador, o Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região (TRT-7), por meio de sua Escola Judicial (Ejud7), trouxe juristas de vários países para debater a temática. A abertura do Congresso Internacional “Os Impactos das Novas Tecnologias no Mundo do Trabalho” ocorreu nesta quarta-feira (22/11), no hotel Vila Galé, em Fortaleza.
“As novas tecnologias formadas, sobretudo, por plataformas digitais, de que são exemplos os aplicativos de locomoção Uber e 99, bem como iFood e Rappi, no setor de deliveries, e outras não menos importantes, trouxeram ao cenário das relações trabalhistas relevantes novidades que, sendo novas, evidentemente, trazem consigo dificuldades de adaptação, sem prejuízo de gerar novos conflitos ou demandas judiciais,” avaliou o presidente do TRT-7, desembargador Durval César de Vasconcelos Maia, em seu discurso de abertura do Congresso.
Mas, de acordo com o magistrado, a Justiça do Trabalho está preparada para atender aos novos desafios. “A Justiça do Trabalho, e seus juízes, nas diversas instâncias, das mais distantes cidades do Brasil, estarão de prontidão, enquanto guardiães dos Direitos Humanos e, acima de tudo, da democracia, da liberdade e da livre iniciativa, para aplicar o Direito aos casos concretos e, ademais, para coibir abusos, sejam decorrentes de inovações tecnológicas, sejam oriundas de velhas práticas”, reforçou.
“Este Congresso tem o firme propósito de contribuir, mediante a reunião de um seletíssimo grupo de palestrantes, para o avanço no conhecimento sobre o tema, aprofundando debates sobre as novas relações laborais surgidas nos últimos tempos. É um debate ao qual não podemos nos furtar,” afirmou o diretor da Ejud7, desembargador Paulo Régis Machado Botelho. Para o magistrado, a sociedade que se projeta para o futuro dependerá, em grande medida, da forma como o homem lidará com a revolução tecnológica que atravessamos, em que algoritmos definem e modelam aspectos relevantes do dia a dia.
A abertura solene contou ainda com a presença do vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Aloysio Corrêa da Veiga, que presidiu a mesa com a primeira palestra; do também ministro do TST Alexandre Agra Belmonte; juiz do trabalho Hermano Queiroz, presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 7ª Região; Ana Virgínia Moreira, diretora da Organização Internacional do Trabalho para América Latina e Caribe; e do desembargador Leonardo da Silveira Pacheco, presidente do Conselho Nacional das Escolas Judiciais da Magistratura do Trabalho. O evento segue até sexta-feira (24/11), com palestras de juristas nacionais e estrangeiros.