O Programa Justiça com Arte do TRT-7, em parceria com o projeto Cine Educação, promoveu, nos dias 13 e 14 de setembro, a exibição do filme “Pureza” e do documentário "Servidão" (pré-lançamento), respectivamente, no Cineteatro São Luiz. As projeções foram voltadas para estagiários do TRT do Ceará, Jovens Aprendizes, estudantes de Fortaleza e Região Metropolitana.

Veja fotos do dia 13/9 aqui.

Veja fotos do dia 14/9 aqui.

A juíza trabalhista e coordenadora do Programa Justiça com Arte, Daiana Gomes Almeida, comemorou mais uma edição bem sucedida do projeto e revelou planos de levar as obras para outras localidades do estado, principalmente onde mais se detecta o trabalho escravo. “Queremos levar informação, expansão de consciência para a população e colocar o judiciário de portas abertas. Usaremos de todas as manifestações artísticas para cumprir essa missão, seja música, teatro, cinema, literatura, e interdisciplinaridade com outras áreas, como a psicologia”, evidencia a gestora do Programa.

Após o espetáculo, o público enviou perguntas para fomentar um debate a respeito das obras. Os eventos tiveram como debatedores, o cineasta e diretor das obras, Renato Fortes Barbieri; o procurador do trabalho e coordenador da Rede Peteca, Antônio Oliveira de Lima; a juíza trabalhista e coordenadora do Programa Justiça com Arte, Daiana Gomes Almeida; e os auditores fiscais Luís Alves de Freitas Lima e Daniel Arêa Leão Barreto.

Dessa conversa, o auditor fiscal Luís Freitas ressaltou a importância do combate ao trabalho escravo, além da punição da multa ou prisão dos acusados. “É preciso que a sociedade civil se envolva, deixando de comprar produtos daquelas empresas que estão na Lista Suja do Trabalho Escravo: isso é uma punição muito maior que a cadeia”, explica o servidor.

O coordenador da Rede Peteca, Antônio Lima, salientou a relevância do Programa Justiça com Arte como forma de dialogar com a sociedade sobre temas tão caros ao mundo do trabalho. “Tanto o “Pureza” quando o “Servidão” são dois importantes instrumentos de sensibilização da luta para tocar as pessoas, conscientizar sobre a existência da questão, e que é preciso se importar e se preocupar com isso”, evidenciou o procurador.

O diretor das obras Renato Barbieri explicou sua relação com o trabalho escravo. O artista já vinha trabalhando a escravidão ‘clássica’ de povos africanos em utras obras, como “Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás”. “Eu não tinha me dado conta do trabalho escravo contemporâneo até entrar em contato com a história da Dona Pureza. Durante a pesquisa da produção, acabei tomando um acervo tão grande de conhecimentos, situações e saberes que decidi fazer em seguida o documentário. Uma obra acabou alimentando o roteiro da outra, então acho que a dobradinha documentário e ficção eu vou adotar”, falou rindo o cineasta.

Para a estudante Ana Kethelyn, da Escola de Ensino Fundamental Augusto Cesar Silva Sales, de Caucaia, a oportunidade de se deslocar para um ambiente fora da sala de aula e promover uma outra forma de aprendizado é o mais interessante. “Estou bem animada de estar aqui no Cineteatro São Luiz e com a companhia dos meus amigos só melhora a experiência”, contou a jovem.

A professora Aline Xavier destacou a importância de mostrar a cultura cearense para os estudantes. “A nossa escola estimula a arte, e é através dela que incentivamos as crianças a darem continuidade a esse legado”, destacou a educadora.

Programa Justiça com Arte

A iniciativa está prevista pelo Ato 137/2023. De acordo com o normativo, o Programa Justiça com Arte pretende difundir noções básicas de ética e cidadania, direitos e garantias fundamentais, principalmente em relação ao trabalho decente e contra a exploração humana do trabalho escravo e infantil, além de outras temáticas. Para isso, está previsto o envolvimento de juízas, juízes, servidoras e servidores, para atuarem na aproximação do Poder Judiciário com a sociedade.

Confira a cobertura do evento em matérias produzidas pela TV Ceará e TV Câmara Fortaleza: