Vara do Trabalho de Iguatu inaugura Biblioteca Livre e comemora 30 anos de servidora
- Página atualizada em 28/10/2022
A literatura pode agregar conhecimento e leveza na ambiência dos espaços institucionais. Com esse intuito, nessa quarta-feira (26/10), a presidente do TRT-7, desembargadora Regina Gláucia Cavalcante, levou uma doação de livros para a Biblioteca Livre da Vara do Trabalho de Iguatu e oficializou a inauguração do espaço. O acervo literário pertencia ao desembargador do trabalho Judicael Sudário de Pinho (in memoriam), que dá nome ao Fórum Trabalhista da cidade.
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A presidente Regina Gláucia registrou que a doação foi efetivada pelo professor universitário Antônio Carlos Fernandes, que era amigo pessoal do magistrado Judicael Sudário e guardava os livros do juiz em sua residência. Destacou, ainda, que já existem bibliotecas livres na casa sede do TRT-7, assim como no Fórum Autran Nunes, e que tem o intuito de replicar a ideia em outras unidades institucionais.
“Livros devem circular, passar de mão em mão, transmitindo conhecimento”, observou a presidente do Tribunal. A gestora enalteceu a iniciativa do juiz titular da Vara, Jaime Luís Bezerra Araújo, e do diretor de secretaria, Marcus Vinícius de Albuquerque Costa, por criarem um espaço destinado à leitura. Reconheceu também o trabalho desempenhado pela bibliotecária do Regional, Rejane Albuquerque, na consolidação dos espaços literários do TRT.
O juiz Jaime Luís ficou agradecido com a ação da presidente. “A gente fica muito feliz que a Administração da desembargadora Regina se sensibilizou com este projeto”. O magistrado pontuou que a ideia partiu do diretor Marcus Vinícius e que o público ficou satisfeito. “A gente percebeu que começou a gerar um fluxo de biblioteca itinerante, das pessoas trazerem e levarem livros para cá”, refletiu.
Os livros infantis doados pelo TRT-7 foram citados pelo magistrado. “Eventualmente temos crianças acompanhando os pais em audiência. Muitas trabalhadoras não têm com quem deixar os filhos e os trazem para o Fórum. Isso, com certeza, vai aumentar o nosso fluxo de pequenos leitores do futuro”, finalizou o magistrado.
O diretor de secretaria Marcus Vinícius trouxe a inspiração da biblioteca da Vara do Trabalho de Sobral, onde trabalhou anteriormente, além da sua participação no Projeto Odisseias Literárias, tendo sido auxiliado pela bibliotecária Rejane na instalação do equipamento. Frisou, outrossim, a boa aceitação da comunidade da cidade. “Aqui em Iguatu você respira cultura. Tem muitos escritores, compositores e você percebe o gosto pela literatura”, ressaltou.
A bibliotecária do TRT-7, Rejane Albuquerque, reforçou o contentamento pela iniciativa dos integrantes da VT de Iguatu. “A gente fica feliz quando os servidores se preocupam em utilizar os espaços da Justiça do Trabalho com propósitos sociais, contribuindo para uma sociedade mais leitora, e pela democratização do acesso à literatura”, afirmou.
Rejane acrescentou que “os títulos do acervo do magistrado Judicael Sudário contemplam crônicas, poesias, contos e vários estilos literários que vão agradar a todos. A literatura aproxima a sociedade do judiciário e contribui para uma sociedade mais humana”, concluiu a servidora.
Vários advogados compareceram à inauguração da biblioteca. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Subseção de Iguatu, Danilson de Carvalho Passos, parabenizou a instituição pela ação. “É uma ideia excepcional, pois a Justiça do Trabalho tem uma grande abrangência na Região Centro-Sul. Dessa forma, enquanto o jurisdicionado aguarda a audiência, aproveita para ter um momento de conhecimento”, comentou o representante da OAB.
A academia também se fez presente à solenidade. O coordenador da Universidade Regional do Cariri - Urca, José Ivo Ferreira de Sousa, ressaltou as vantagens de uma biblioteca livre. “Serve tanto para os técnicos da Justiça do Trabalho como para os nossos estudantes, afinal aqui é o campo de estágio trabalhista. Você estar na expectativa de uma audiência e ter uma oportunidade de leitura é fabuloso”, registrou o professor de Direito.
Enquanto aguardava sua audiência para testemunhar num processo trabalhista, Diego Carlos da Silva folheava uma obra sobre o trabalho infantil. Ele trabalha enrolando cadeiras de balanço de fibra e aprovou a disponibilização de exemplares literários no Fórum. “Durante o tempo de espera, você pode estar se distraindo e lendo um livro enquanto chega a sua vez de ir para a audiência”, declarou.
30 anos de serviço público
Na mesma manhã da inauguração da biblioteca, foi planejada uma surpresa para a servidora Mara Tacídia Cavalcante Assunção, que completou 30 anos de serviço público em outubro. A data não poderia ter sido mais apropriada para a servidora que já foi professora. “Fui surpreendida com essa homenagem. Eu também fui professora e sei da importância que tem a leitura. Eu não poderia ter uma homenagem mais bonita”, comentou Mara.
A servidora declarou o propósito de servir ao público. “Eu sei que por trás de cada processo tem alguma história, tem alguém esperando a justiça, porque às vezes não é só a questão do dinheiro, é a questão da justiça, de receber aquilo que veio em busca”. Finaliza afirmando que “Eu não me imagino fazendo outra coisa na vida. Eu acho que eu nasci para ser servidora pública”.
O juiz titular, Jaime Luís, orgulhou-se por ter em sua equipe uma servidora experiente e que conhece muito bem as pessoas e a jurisdição. “Ela se destaca pela paciência e dedicação, além da capacidade de agregar e de trazer uma verdadeira harmonia aqui na unidade”, evidenciou.
Vara do Trabalho de Iguatu
A unidade da Justiça do Trabalho do Ceará de Iguatu está localizada a 380 km de Fortaleza, na Região Centro-Sul do estado, e configura-se como o principal pólo econômico da região. A Vara foi instalada em 1973. Sua jurisdição inclui as cidades de Acopiara, Aiuaba, Arneiroz, Baixio, Cariús, Catarina, Cedro, Icó, Ipaumirim, Jucás, Lavras da Mangabeira, Mombaça, Orós, Piquet Carneiro, Quixelô, Saboeiro, Tarrafas, Umari e Várzea Alegre. Em setembro deste ano, o Fórum Trabalhista de Iguatu recebeu o nome de “Desembargador Judicael Sudário de Pinho”.