Ceará tem três mil adolescentes e jovens trabalhando como aprendizes

A Justiça do Trabalho está mobilizada, entre os dias 22 e 26 de agosto, para a Semana da Aprendizagem, iniciativa do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem. Durante esses dias, os tribunais regionais do trabalho do país promoveram diversas ações sobre o tema com a participação de órgãos integrantes da rede de proteção da criança e do adolescente, de organizações governamentais e da sociedade civil. Entre estas iniciativas está a divulgação e promoção do Programa Jovem Aprendiz.

Algumas entidades fazem a ponte entre os jovens e os empregadores interessados. O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) é uma dessas instituições. O CIEE é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos e de fins não econômicos, reconhecida como entidade de assistência social que possibilita aos adolescentes e jovens uma formação integral, ingressando-os ao mundo do trabalho.

Yvina Egídio é supervisora do CIEE no Ceará do programa de estágio e aprendizagem e fala mais a respeito do Programa: “A maioria dos jovens que procuram o CIEE estão concluindo ou já concluíram o ensino médio naquela fase de 17, 18 anos e que estão realmente procurando uma oportunidade no mercado de trabalho.” diz Yvina.

A supervisora explica que neste processo, a empresa contrata o jovem aprendiz em um prazo determinado de até dois anos. No programa, o aprendiz usufrui da parte teórica e prática da experiência. O CIEE qualifica e capacita o jovem. Já na empresa, ele exerce a parte prática de seus conhecimentos.

“As maiores empresas, que têm mais funcionários registrados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, tendem a ter mais aprendizes pela obrigatoriedade da cota (5% a 15% de aprendizes) da Lei da Aprendizagem. Então temos grandes indústrias que têm cinco mil funcionários, gerando um percentual muito representativo de jovens aprendizes. No estado do Ceará, temos aproximadamente três mil jovens aprendizes.” destaca a supervisora da entidade.

Para Yvina Egídio, as empresas que contratam esse tipo de mão de obra estão preparando novos talentos para o mercado de trabalho, além de auxiliar na educação, qualificação e inclusão social dessas pessoas. “A vantagem para as empresas é a troca de gerações, de conhecimento, de expectativas, de aprendizado, esse é o grande ganho. Dar oportunidade de formar profissionais para serem futuros efetivados no negócio, desenvolvendo o senso de responsabilidade e o propósito da empresa, construindo junto com o aprendiz.” pontua Yvina

Caminho para se tornar um Jovem Aprendiz

Os jovens interessados devem entrar no Portal do CIEE e relizar seu cadastro.

“Todo conhecimento é bem-vindo. O CIEE tem uma plataforma virtual com cursos gratuitos oferecidos aos candidatos, então com o cadastro é possível realizar os cursos disponíveis. Temos treinamento sobre o que as empresas esperam desses jovens, na área técnica de excel avançado, matemática financeira, na área comportamental dentre outros. Todos têm certificação no final. Isso é importante para se desenvolver e se aperfeiçoar, sendo até um diferencial na hora da entrevista.” indica a supervisora do programa de stágio e aprendizagem do CIEE.

Saiba mais com este guia do jovem aprendiz, um passeio virtual pelo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região.

Programa Jovem Aprendiz

O programa jovem aprendiz é um projeto do governo federal criado a partir da Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/2000), que determina que empresas de médio e grande porte devem ter de 5% a 15% de aprendizes entre seus funcionários.

Diferente dos estagiários, o aprendiz não precisa estar cursando uma graduação e sim estar matriculado no ensino fundamental, médio ou já ter concluído o ensino médio com idade entre 14 e 24 anos incompletos.

De acordo com dados do Ministério da Economia, o Brasil tem cerca de 461,5 mil jovens aprendizes. Quase 50% desse total trabalha na indústria de transformação e no comércio. A principal função é de auxiliar de escritório ou assistente administrativo.