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Acervo processual do TRT/CE é fonte de pesquisa publicada por historiadora da UFC

"Em busca de dignidade: Migração, emprego doméstico e trabalho industrial de mulheres pobres na capital Fortaleza (1970-1990)" é o título de artigo publicado pela historiadora Jormana Maria Pereira Araújo, pesquisado a partir de documentos e acervo processual da Justiça do Trabalho do Ceará. Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a administração do TRT/CE divulga o artigo como forma de fomentar o debate sobre as conquistas das mulheres no mercado de trabalho local. Leia a íntegra do artigo aqui.

A pesquisa acadêmica é fruto de dissertação de mestrado em História Social, na Universidade Federal do Ceará (UFC), e analisa o mundo do trabalho feminino a partir de memórias registradas. "Para isso articulei duas categorias essenciais a esse assunto: gênero e trabalho, a fim de tecer considerações sobre um debate contemporâneo essencial, em tempos correntes como o nosso de perda dos direitos", afirma a historiadora, que agora é doutoranda no mesmo programa de pós-graduação.

Segundo a pesquisadora, "o diferencial na pesquisa em História está na possibilidade de ampliar nosso olhar conceitual através do estudo empírico, da experiência vivida por mulheres no passado. Fico impressionada sobre o modo como as trabalhadoras enfrentaram tantas arbitrariedades no ambiente de trabalho, enxergando na Justiça do Trabalho uma fonte de esperança de um mundo mais justo", declara Jormana.

Ainda conforme a historiadora, o tema de sua pesquisa tem rendido boa aceitação nos debates vigentes dentro e fora da academia na discussão do papel dos trabalhadores e da Justiça do Trabalho nas lutas de classe. "Fico muito feliz porque, através do acervo do TRT/CE, especialmente da documentação microfilmada, pude elaborar boas hipóteses de pesquisa que hoje ganham repercussão nacional. Diria que é o acervo em melhor condições físicas na capital cearense", finaliza.

Leia trecho do artigo abaixo e a íntegra aqui.

"Através das memórias das operárias da fábrica Santa Cecília, passado e presente se entrecruzam, tecendo considerações sobre uma difícil e penosa trajetória de vida. Como foi possível observar, ao almejarem melhores condições de vida na cidade, essas mulheres encontraram nos empregos doméstico e fabril, meios de sobrevivência. Trabalhos que num caso ou noutro eram bastante precarizados, pouco valorizados socialmente, mas imprescindíveis à reprodução do capital.

No mundo sindical ou no chão da fábrica, aquelas mulheres viviam os meandros da luta de classes, às vezes de forma direta, em confrontos abertos como costumamos ver nas greves, às vezes nas “negociações miúdas” com seus chefes; cujos processos de resistência eram alimentados ora pelo medo de perder o pouco conquistado, ora pela necessidade de continuar sobrevivendo. Os estudos realizados por James Scott (2013) são bastante elucidativos para compreendermos a ação dos dominados, uma vez que para ele a resistência tem origem não apenas na apropriação material, embora ela tenha destaque, mas também nos mecanismos de humilhação pessoal que caracterizam essa exploração. Compreender as negociações e as greves lá adiante, requerem o entendimento de que a própria resistência é também produto de um acúmulo de humilhações, de expectativas minadas, e de uma série embates que retiram do(a) trabalhador(a) a minguada dignidade ainda nele(a) existente."