Psicólogos debatem saúde mental e desafios da comunidade LGBTQIAPN+ em roda de conversa
- Página atualizada em 16/09/2024
Em um encontro marcado pela troca de experiências, psicólogos, servidores, magistrados e estagiários do TRT-CE se reuniram na última sexta-feira (13/9) para discutir a saúde mental da comunidade LGBTQIAPN+ no contexto do Setembro Amarelo. A roda de conversa, promovida pelo Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do TRT-CE, abordou temas como homofobia, violência e a importância de criar espaços mais acolhedores para essa população.
O evento ocorreu no auditório do Tribunal e contou com a abertura da gestora regional do Programa, juíza Rossana Talia Modesto. Os psicólogos Lívia Aires de Paula e Hugo Francisco Ramos tiveram suas exposições mediadas pelo servidor Marcus Rógenes Gomes. Ao final, os convidados responderam às dúvidas do público presente.
A psicóloga Lívia Aires, especialista em atendimento a pessoas LGBTQIAPN+ e a neurodivergentes, destacou a necessidade de oferecer uma rede de apoio sólida. “É de fundamental importância que a pessoa LGBTQIAPN+ tenha a sua existência validada, bem como rede de apoio familiar, social e políticas públicas voltadas para uma maior qualidade de vida”, afirmou Lívia.
A profissional, que atua com Gestalt terapia, mencionou que se sentiu muito privilegiada em ministrar a palestra. “Um assunto muito relevante, pois os índices de violência são altíssimos. Eu enquanto uma mulher LGBT, psicóloga, me sinto realizada em estar neste lugar discutindo e refletindo algo de tamanha importância para toda a população LGBTQIA +”, finalizou.
Já o psicólogo Hugo Ramos apresentou dados alarmantes sobre a violência sofrida pela comunidade LGBTQIAPN+ e defendeu a implementação de políticas públicas mais eficazes. Mencionou estatísticas de atendimento no Centro Estadual de Referência LGBT+ Thina Rodrigues, que tem como objetivo promover a visibilidade e garantir os direitos dessa população.
O psicanalista reforçou a importância da ações concretas, como: iluminação da sede do TRT-CE com as cores da bandeira do orgulho LGBT+; promover eventos sobre doenças mentais e suicídio na comunidade LGBT+; uso do nome social e dos pronomes escolhidos pela pessoa; uso do banheiro com a identidade de gênero e disponibilização de vagas de emprego.
Marcus Rógenes, na função de mediador, destacou como os lares e a Justiça do Trabalho podem ser ambientes mais acolhedores e se tornarem espaços de vida e reforço de uma existência. “Quando eu acolho um filho LGBT, quando eu acolho um colega de trabalho que está passando por um problema de adoecimento mental, eu sou vida para essa pessoa e sou apoio”, ressaltou.
O integrante do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade do Tribunal reforçou sobre a correponsabilidade pela promoção de ambientes mais acolhedores. “É importante olhar para a violência, mas sempre focando naquilo que a gente pode ser de construção de ponte de vida, de trazer uma melhoria para a vida das pessoas”, concluiu o mediador.
A roda de conversa contou com o apoio do Sindicato dos Servidores da Sétima Região da Justiça do Trabalho (Sindissétima) e reforçou a importância de promover a conscientização sobre a saúde mental da comunidade LGBTQIAPN+.
Assista à gravação da roda de conversa na íntegra: