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Jovens da Associação O Pequeno Nazareno participam de roda de conversa sobre trabalho infantil

Roda de conversa com grupo de 35 aprendizes da Associação Beneficente O Pequeno Nazareno

Como parte da programação alusiva ao Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil – 12 junho, a gestão regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem da Justiça do Trabalho do Ceará promoveu uma roda de conversa com um grupo de 35 aprendizes da Associação Beneficente O Pequeno Nazareno, nesta quinta-feira (12/6). Um dos gestores do Programa, juiz do trabalho Célio Timbó, conversou com jovens sobre trabalho infantil e suas implicações no desenvolvimento da infância e da juventude e sobre o programa de aprendizagem como forma de enfrentar a situação do trabalho infantil.

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A Associação O Pequeno Nazareno funciona no Bairro Vicente Pinzon, na periferia de Fortaleza. A instituição funciona como um agente de integração entre jovens e empresas, incentivando a contratação deles na função de jovens aprendizes. O Pequeno Nazareno realiza todos os trâmites necessários, como confecção de contratos, além de realizar um acompanhamento mensal dos jovens, para verificar o desenvolvimento deles tanto no trabalho, quanto na relação com a família.

O juiz do trabalho Célio Timbó conversou com jovens sobre trabalho infantil e aprendizagem

O magistrado focou sua fala na vulnerabilidade das crianças em situação de trabalho, principalmente daquelas submetidas às piores formas de trabalho infantil. “O trabalho infantil dói na alma da criança, ela se sente inferiorizada, ela se sente excluída da sociedade e desvalorizada”. Para Célio Timbó, a vulnerabilidade a que essas crianças e adolescentes são submetidas não se restringe ao período em que estão no trabalho infantil. As cicatrizes físicas e emocionais, o atraso educacional e a falta de oportunidades deixam marcas profundas que dificultam sua inserção plena e digna na sociedade adulta.

Segundo o magistrado, as consequências do trabalho degradante na infância e adolescência vão muito além das lesões físicas imediatas, como as ocorridas em acidentes de trabalho. Elas impactam o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos jovens, perpetuando um ciclo de pobreza e exclusão. “Longe de serem ambientes de aprendizado ou brincadeira, esses locais expõem os jovens a uma série de perigos que vão desde a violência e ao assédio sexual até acidentes graves, marcando-os para toda a vida”, ressaltou.

Gerente de projetos da Associação, Cíntia Caroline de Sousa

Para a gerente de projetos da Associação, Cíntia Caroline de Sousa, é de suma importância que a sociedade, o Estado e as famílias atuem em conjunto para romper esse ciclo vicioso. “Fortalecer as redes de proteção, investir em educação de qualidade, promover programas de inclusão social e conscientizar sobre os perigos do trabalho infantil são passos importantes para garantir que nenhuma criança ou adolescente tenha sua infância roubada e seu futuro comprometido”, enfatizou a profissional.

Mário França, ex-atendido pelo Programa de Aprendizagem do Pequeno Nazareno, é um exemplo de superação

O jovem Mário França, ex-atendido pelo Programa de Aprendizagem do Pequeno Nazareno, é um exemplo de superação. Filho de faxineira, ele relatou durante a Roda de Conversa que auxiliava sua mãe nos trabalhos de faxina em residências. Mário disse que, na época, não sabia que seus direitos de crianças estavam sendo violados; mas ao ingressar na Associação, conseguiu conscientizar a mãe sobre a necessidade de continuar com os estudos. Hoje, trabalha em um renomado colégio, cursa o quarto semestre de Direito e milita na área de Direitos Humanos, especialmente no enfrentamento à violência e ao abuso sexual de crianças.

Lançamento de vídeo

Neste 12 de junho, Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, a gestão regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizem lançou o vídeo "Lauro e o Menino Sem Chuteiras". Para marcar o lançamento do vídeo, a primeira exibição pública da obra audiovisual ocorreu na manhã desta quinta-feira (12/6), durante uma roda de conversa com aprendizes da Associação Beneficente O Pequeno Nazareno.

A animação adaptada do livro homônimo de autoria dos servidores Frederico Brito e Thais Evangelista, é voltada para o público infanto-juvenil. A obra conta a história de um garoto que adora brincar de futebol com seus amigos e irmãos. Um dia, ele nota algo perto do campinho do seu bairro que o deixa intrigado: levando um carrinho de mão, um menino passava atarefado e cansado. Lauro então começa uma jornada para ajudar o menino sem chuteiras a deixar o trabalho infantil e a brincar com ele e seus amigos.

Denuncie

A denúncia é um dever de todos e pode ser o primeiro passo para resgatar essas vidas da invisibilidade e da exploração. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania dispõe do Disque 100, para receber denúncias, entre outras, sobre a ocorrência de trabalho infantil. O serviço funciona diariamente, 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados. A ligação é gratuita e os dados são sigilosos. O telefone pode ser feito gratuitamente de todo o Brasil.